A paralisação dos trabalhadores terceirizados da
Coelce completa duas semanas nesta segunda, 26, marcada pela intransigência e
falta de sensibilidade dos patrões em relação às necessidades mais básicas da
nossa categoria. E o que é pior: a Coelce, que deveria ser a maior interessada
na solução dos problemas dos trabalhadores, já que é o nome dela que a
categoria representa diariamente, não faz qualquer esforço para negociar. Como
sabemos, é dela que vem o dinheiro para financiar as prestadoras.
O poder da Coelce já ficou claro na nossa campanha. Ao
ser questionada por mais de uma vez pelo procurador, a empresa se limitou a
dizer que é a tomadora dos serviços, passando a responsabilidade para as
terceirizadas. Mas o que existe por trás desse argumento é um contrato da Coelce
com as terceirizadas, que prevê o reajuste dos valores repassados às
prestadoras baseado apenas no IPCA.
Porém, é importante esclarecer que qualquer contrato
pode e deve ser revisto a qualquer momento, principalmente quando existe um
item como esse, que foge aos padrões e prejudica nossa categoria. Nas palavras
do próprio procurador Nicodemos Fabrício Maia, que tem intermediado a
negociação, a “repactuação é necessária sob pena deste contrato ser ilegal”. O
que é difícil entender é como a “melhor empresa do país”, segundo pesquisas,
não busca solução que solucione este impasse, deixando seus trabalhadores
totalmente insatisfeitos.
NEGOGIAÇÃO NÃO AVANÇOU
Na última sexta-feira, 23, em audiência na
Procuradoria Regional do Trabalho (PRT), o Sindicato Patronal compareceu sem
levar qualquer proposta. Ao serem informados da decisão da categoria, que em
Assembleia realizada no dia anterior (quinta, 22) decidiu aceitar a proposta do
procurador Nicodemos Fabrício Maia, os patrões se limitaram a apresentar
argumentos evasivos e a afirmar que irão avaliar e pediram uma nova reunião. Ou
seja: mais uma vez, prevaleceu a intransigência e o desrespeito.
Nesta terça-feira, 27, haverá mais uma
audiência na PRT, às 14hs. E nós esperamos que, dessa vez, o sindicato patronal
traga a solução para a negociação. A procuradoria solicitou agilidade dos
patões.
PROPOSTA APROVADA
Na última Assembleia, os trabalhadores terceirizados
aprovaram o valor de R$ 938,00, proposto pelo procurador, para os pisos
profissionais de Administrativo, Eletricista, Montador, Leiturista e Motorista.
A estes pisos salariais a categoria adicionou uma nova proposta para o tíquete
alimentação no valor de R$ 11,00, bem como que o Plano de Saúde seja da Unimed
para trabalhadores terceirizados e seus dependentes.
Como fica claro, a postura dos trabalhadores é em direção
ao diálogo e à construção de uma Convenção Coletiva de Trabalho digna, com
direitos básicos como é o caso do Plano de Saúde e a melhoria nos tíquetes. O
que falta agora para encerrarmos a greve é que os patrões de fato se empenhem
na solução do impasse, apresentando propostas que melhorem nossas condições de
vida e de trabalho.
Nossa resposta contra a falta de respeito do Sindicato
Patronal é a determinação para levar a luta até o fim! Vamos continuar unidos,
companheiros, nos apoiando e nos fortalecendo para que a nossa CCT traga as
conquistas que nós reivindicamos.
Fonte: Sindeletro